As sílabas e o segredo real das tuas palavras imagino, a distância com que tu me tocaste anda por aí, a vaguear à espera de ser nula. O ritmo peculiar da tua existência que me agora é essencial e outrora fora superficial é a minha realidade diária. É àquela hora que agora me preenche esta cumplicidade virtual. " Não pares a música", continua porque agora já nem consigo não ouvi-la.
A estrada é longa
É longa estrada amigo, cercada de alegria e decepções. Caminhos, esperados ou inesperados, surgem à nossa volta, e decisões que nos definem como aquilo que somos. Mas lembro-me de tudo, as pegadas conservam a memória dos anos gloriosos que passaram e que estão por vir, de todos os momentos que passaram, intocáveis no tempo, sejam bons ou maus. Estes últimos tão insignificantes ue não conseguem poluir o trilho já marcado. Obrigado amigo, a estrada á londa e ainda temos muito caminho a seguir.
Dia e Noite
Ver-te-ei por ventura de novo subitamente ao pé daquele lugar sob a exaustão do dia? Quando te perdi comecei a atravessar o ácido rio do silêncio onde a margem me escurecia com a sua sombra omnisciente. No reflector que há dentro de mim capto agora a imagem insólita da unidade. Noite e dia. Anoiteço sem lágrimas e continuo a querer mais, sem saber se sofro por ti que ameaças partir ou por esta despedida de mim.
A felicidade só é real quando partilhada
Consegues sentir?
Cada momento?
Cada pulsar que faz de ti vivo?
Tu és único.
Fazes parte deste Mundo.
Nunca desistas.
Mesmo que isso te leve ao limite.
E que erres inúmeras vezes.
Acabarás por sair por cima.
Por mais que te gritem o contrário.
És único.
Por isso, luta pelo que queres.
Luta pelo que só em ti existe e é raro nos outros.
Luta pelo que te faz viver.
Não por aquilo que achas que está correcto.
Mas vive com coragem, sem medo.
Nunca deixes nada por dizer.
Faz o que quiseres quando quiseres.
Não sigas o mundano, sê tu próprio.
Não te deixes vencer pelo escuro.
Procura a luz.
Lembra-te, se queres algo na vida.
Esforça-te e agarra-a.
Eleva-te ao extremo.
Ganha novas experiências.
Conhece novas pessoas.
Não te acanhes.
Faz a tua voz ouvir-se!
Mas acima de tudo, sê feliz.
Agarra cada momento.
Ama as pessoas que te rodeiam.
Conhecidos e desconhecidos.
Partilha o teu espiríto.
Com os teus amigos, família, amantes, anónimos.
Porque quando o fim chegar...
Saberás que foste feliz.
Partilha a tua felicidade.
Vive, ama, luta, grita.
Por quem verdadeiramente gostas.
Porque a felicidade só é real quando partilhada.
Solitão
Num segundo cabem séculos de história, momento silencioso que grita. Todas as noites ainda se parecem àquela noite em que sucumbimos em nós. A ideia de um templo vivo onde a igualdade e futuro se haviam de fundir. O que este silêncio me traz, não é a chama do sacrifício, mas tão só o querer mais. Silêncio e metamorfose juntam-se, batem às portas do futuro incadescente que me parece cada vez mais claro. À deriva flutuamos, onde de outra perspectiva vemos os sonhos. Mas na varanda da esperança, algo vai abrir. Sem regresso, uma nova resistência para o novo dia, irradiando o esplendor da vida.
Fantasma
Trago na fronte, a estrela da minha revolta. Nunca aceitarei qualquer tirania, nem a do mais justo ditador, nem a própria vida eu aceito tal como ela é, com todas as promessas de amor e juventude, e a doença de envelhecer a morte em cada dia antecipada. Quando a terra poluída tiver absorvido tudo o que resta da Unidade, hei-de levar o meu fantasma até cais de ti, onde a esperança cai a pique sobre o mar dos desejos sem limite.
Silêncio
Amamos o limiar, o barulho dos mortos, na sombra desta palma, deste odor de antigo, chamamos alta a esta chama nua. Esta sombra, esta escrita pesada e a dança obscura que caminha sob o hálito da noite. Eis o corpo e a terra, o horizonte que se veio aproximando. A pulsacão das palavras sobre a ferida ardente. Aquela seria a nossa música...a que tu desconhecias e que te ofercei para nos completar. E quanto mais eu sentia, mais a ferida cantava, a voz escassava-me como o que outrora vivemos. Em cada momento sentia-te. No uníssono dos coros, sabia que lá te encontravas. Nesta mudez do silêncio, como descobrir esse rosto do outro lado? Sopro sobre a cinza com a esperança de renascer algo. Queria encontrar nem que fosse um pedaço de ti, um pedaço ainda não rasgado pelo nosso silêncio.
Presença Ausência
Chamo-te chamo-te ao rés da terra. Um grito mudo que só eu consigo ouvir. Não és o rosto da sombra do corpo, chamo-te pelo que vivemos sem saber se te chamo ou se escrevo apenas a sombra do que fomos. Se te encontrasse, dizia não saber quem tu eras...mesmo antes de ti e de o Amor existir. Desde sempre foste o esplendor, unidade sobre unidade. Porque estas palavras, estas sombras, estes gritos de confissão. Dou-te um lugar agora...onde só te vejas. É egoísta deixar-te ir agora, mas querer que voltes. Sem que...sem que tanto fora prometido. Sem que podéssemos sentir-nos, por dentro e verdadeiramente por fora. Sem o pecado carnal. Saber que estarías ai...Os papeis invertem-se...agora percebo. E todavia chamo-te na ténue pulsação destas palavras, como pálpebras de areia, chamo-te sem saber se te vejo, se ainda existes para aquém ou além destas palavras. É esta presença ausência. Não sei já quem tu és, se tens um corpo, se escrever é perder-te ainda mais... se caminho em vão ou se te encontro, se já te achei e te acho a cada passo.
Aqui
Se eu pudesse caminhar com palavras lentas sóbrias, e se eu pudesse falar-te ou gritar como um vento selvagem, se tu pudesses ver-me e eu te pudesse olhar neste momento. Aqui, onde escrevo e nad principia, ond eo embate é nulo, onde se cerra o muro, onde a ferida não fala. Nenhum impulso emrge do ilimte vazio, nenhum punho se ergue entre as pregas do abismo. E todavia se escrevo é porque talvez espere avançar entre os muros para uma praia secreta, que um sinal ilumine este deserto de cinza, que uma pergunta abale este bloco inamovível. Fui eu que enterrei o meu nome sob a pedra. Tudo em mim foi ausência ou um contacto vão. Por isso, neste momento, não nos vemos. Mas se eu te escrevo ainda estas palavras, estas palavras escondidas. Não será um caminho, uma forma de grito? Aqui onde escrevo, algo principia. Aqui o embate contra um bloco negro. Aqui se abre um muro, aqui a ferida fala.
Silêncio
Nesse momento a sombra foi uma ferida, o espaço de tempo uma defesa, e o silêncio foi na sombra o esplendor porque o nome teu era o domínio que só no silêncio encontrara a face. Nada se abria, rasgu-se lentamente a alguém foi em mim, não sei quem fui eu, que em palavras a mais no intervalo surgiu. Não se perdeu, para sempre o nome em nós sofria, o nome do lábio do silêncio.
À Espera
À spmbra de um tempo que arrasta outro tempo. Ao tempo de uma sombra sucede-se outro tempo. Entre o desejo e o passado meço a importância de ti. Agora estamos trocados na ausência. Navegas solitária e eu vejo o que te dei. Mas sozinhos. Sozinhos no que é de cada um. Quero ver e navegar contigo com leme, com rumo, mas sem sim porque o que mais importa é a viagem. Estamos numa distância de sombra sem palavras. Uma distância e uma palavra não chega, nem a sua própria sombra, nem a nudez da ausência de si própria nem o encostar na rua à tua espera. A saudade aperta dos tempos do Chiuado e de perfumes azuis.
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