Destino


O destino só é compreendido quando é ao Homem revelado. Não nos guia, não nos enfrenta, apenas tranquila a nossa mente. Sentir em cada fôlego a vida, em cada perfeito desabrochar da flor de lotus é o mais simples encanto da vida que me faz querer seguir um caminho a teu lado. Um caminho ao desconhecido, sem nada, apenas com as nossas melodias e mentes. Orientar a vida pelas coisas mais simples e aí poderei dizer que o meu destino foi revelado.

Acordar


Acordo e vejo-me livre. Liberdade, penso se será imaginação, mas não, é realidade, Finos raios de luz batem no meu quarto, formando um descanso eterno. Desço as escadas com os pés descalços sentindo o frio do marmure e arrefeço a goela bebendo enquanto oiço o galo a cantar. É madrugada, olho para a janela e vejo a natureza no seu esplendor e penso. O que é melhor que uma manhã livre?

Ligação


Comecei a escrever em cadernos quando te conheci e agora a escrita é uma das minhas paixões. Com a minha principal paixão nasceu uma nova que te apaixona e consequentemente o teu sentimento apaixona-me. Tudo isoto é uma cadeia de sentimentos apaixonados. Largo-me neste caderno, deixo-me voar contigo e largo a minha mão como se um Navigador Solitário apoderasse de mim. Por isso deixo-me levar por ti e em ti.

Sussuro


O meu abraço aquece-te a alma, a necessidade da presença é inevitavel, tanto que os ceus formam sinais de esta perfeição simétrica. O teu cabelo ondula com os arrepios da natureza, as palavras são tão poucas para a realidade que nos sentimos inuteis, mas essa imaginação faz-nos viver. No meio do nada a minha musica chega-te ao ouvido, o meu sussurro baixo e melodico entra suavemente em ti. Já não quero dormir, quero sentir a alegria de estar contigo, viver o nosso mundo azul, percorrer os teus sonhos contigo, que isso já é o meu sonho, estar contigo para sempre.

Liberdade


Aqui nesta praia onde
Não há nenhum vestígio de impureza,
Aqui onde há somente
Ondas tombando ininterruptamente,
Puro espaço e lúcida unidade,
Aqui o tempo apaixonadamente
Encontra a própria liberdade.


Sophia de Mello Breyner

Azul


Tenho um pequeno objecto azul que me encanta e toca suavemente a tua melodia. A música transforma-se num belo mundo azul que mergulho para encontrar o toque perfeito. Os meus dedos já estão queimados com as cordas que tu me fizeste e que me ensinaste. Quando estou sozinho pego na minha guitarra e toco para o Mundo me ouvir, e as palmeiras crescem ouvindo o veu musica estendendo-se sobre mim. Porque na minha música eu toco-te e com a minha música sinto-me e transformo-me em arte.

Passos


Costumo-te ver atrás de mim, com as tuas mãos abraçadas à minha manhã cristalina, que é acordada pelo meu sol de mar vivo. Digo amor e enches-te de pombas, cada sílaba tua traz a Primavera e cada murmuro teu antecedesse o Verão. Então tu, minha flor porque esperar? Os teus olhos ficam presos na folhagem do ceu e vejo-te reclinada na Terra. Vejo o sol transportar cachos para o teu rosto olhando para o alto, reconheço os teus passos.

Sonho Oriental

Sonho-me às vezes rei, nalguma ilha
Muito longe, nos mares do Oriente
Onde a noite é balsâmica e fulgente
E a lua cheia sobre as águas brilha...

O aroma da magnólia e da baunilha
Paira no ar diáfono e dormente
Lambe a orla dos bosques, vagamente
O mar com finas ondas de escumilha

E enquanto eu na varanda de marfim
Me encosto, absorto num cismar sem fim
Tu, meu amor, divagas ao luar

Do profundo jardim pelas clareiras
Ou descansas debaixo das palmeiras
Tendo aos pés um leão familiar

A Primeira Guitarra


Os dedos deslizavam pelas cordas, ásperas e fortes. Se nos apróximassemos sentiamos aquele cheiro intenso e metálico, oriundo daqueles finos cabos de aço.
Cada nota uma paixão, cada toque um sentimento. E todas estas paixões e sentimentos, não eram mais que um juízo, uma consciência, opinião ou valor, da realidade. Mas compunham uma melodia. Melodia essa, que fluía através de uma bonita caixa de madeira, tão trabalhada e ornamentada, toda envernizada, e enfeitada com pequenos desenhos clássicos e rústicos, que traçavam um círculo perfeito, repleto de pormenor.
Aquele som preenchia-nos. Preenchia-nos aquele vazio, o mais negro e obscuro, no canto mais longínquo e remoto da nossa alma, do nosso imaterial.
As notas soavam tristes, tal como quem as entoava. Mas ao tocar, esquecia-se de quem era. Lembrava-se de um outro. Um outro que ia ao céu para não mais voltar.
Um Dia Saramago

Concha


Lanço uma concha ao mar, ela afunda-se calmamente nas águas da esperança eterna e da felicidade. As rochas moldaram os nossos corpos na sua estrutura, as nuvens transformam-se em realidade e as gaivotas sobrevoam a sintonia perfeita. Tantos acontecimentos não foram para mostrar o acaso, mas sim a não coincidência que o destino marcou-nos. A minha oena nunca te irá deixar. Viajarei contigo para o teu sonho mais alto e não iremos descer, pois tal(ais) acontecimento(s) não são pura sorte nem imaginação és tu.

Infância


Ontem pela primeira vez quiz voltar à minha infância.

Lembro-me tão bem quando ia ao parque da serafina, com os meus amigos por um dia o nosso mundo transformava-se num pequeno mundo.

As nossas casas transformavam-se em pequenas tendas de índios e cada tinha de a proteger, com a sua vida. Nos escorregas e baloiços dava-mos tudo por tudo para que não nos vissem, ou porque tava-mos a brincar às escondidas ou porque tinhamos partido um vaso do restaurante.

E faziamos corridas até ao miradouro, saltava-mos nos insoflaveis, lembro-me tão bem, uma vez um senhor deixou-nos entrar sem pagar e fizemos um sorriso e sem saber com o nosso sorriso, esse senhor já tinha ganho o dia. Sem saber, a nossa alegria, os nossos risos, tornavam aquele lugar ainda mais mágico. No labirinto levava-mos balões de água, molhavamo-nos não importava só queriamos era divertir, apanhar o nosso amigo para ser o rei do labirinto. Lembro-me das batlahas de barco contra o farol, dos paus a fingirem de espadas e de folhas de escudo, tudo se transformava em alegria, quando a nossa infância brincava.

Agora não me vejo com os meus amigos a ter lutas no barco, a partir vasos, a fazer corridas, a dar comida aos patos, mas esses tempos não trocava por nada em que o mundo parava para nos divertimo-nos.

Raio


Novos raios de sol nascem dos então já nascidos. A alegria matinal multiplica-se e com ela tu me amas. Talvez a ironia já nem aconteça e o inesperado surge do nada. Os objectos do tempo transformam-se, paralisando o tempo. Este trovão docil que me atinge és tu que o comandas electrizando-me o coração, e vivo como se fosse o ultimo trovão. Do nada surges, iluminando-me o meu lampião triste, que já não é nocturno, agora sou o teu raio. Num belo aterdecer econtro-te não precisando de mais nada, pois é de ti que me alimento.

Tudo


Na minha vida, tu apareceste minha tagide. Hoje sinto o teu perfume no meu relógio, o tempo passa mais rápido só para a simetria se sintonizar. Espantalhos vazios choram por nós, aves pousadas voam por nós, a estranheza zela por nós, caminhos são percorridos por nós, feitos são realizados por nós, profecias são quebradas, Deuses são mortos por nós...contudo todos estes feitos são imaginação?o que é real és tu?