Aqui



Se eu pudesse caminhar com palavras lentas sóbrias, e se eu pudesse falar-te ou gritar como um vento selvagem, se tu pudesses ver-me e eu te pudesse olhar neste momento. Aqui, onde escrevo e nad principia, ond eo embate é nulo, onde se cerra o muro, onde a ferida não fala. Nenhum impulso emrge do ilimte vazio, nenhum punho se ergue entre as pregas do abismo. E todavia se escrevo é porque talvez espere avançar entre os muros para uma praia secreta, que um sinal ilumine este deserto de cinza, que uma pergunta abale este bloco inamovível. Fui eu que enterrei o meu nome sob a pedra. Tudo em mim foi ausência ou um contacto vão. Por isso, neste momento, não nos vemos. Mas se eu te escrevo ainda estas palavras, estas palavras escondidas. Não será um caminho, uma forma de grito? Aqui onde escrevo, algo principia. Aqui o embate contra um bloco negro. Aqui se abre um muro, aqui a ferida fala.

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