O som do nevoeiro


Num vale profundo, carregado de nevoeiro, na vespera da melancolia. Surge um som distante. Um frio gela os ossos. Outra vez. Aquele som que arrefece o frio. Ficamos parados a contemplar este frio que congela. Estranha luz, quando as luzes matinais se confundem com as do crepusculo, criando um efeito um pouco irreal. Surge de novo o nevoeiro. Calmo, solene, estranho, indica o caminho para o grande palácio onde jaz o grande mistério da vila. Em verso não da para o descrever, só a mente o pode tentar imaginar. Na sombra do amanhecer, uma melodia angelical ecoa nas arcadas brancas e límpidas do mosteiro e cria um som de nostalgia próspera para o novo amanhecer. De novo surge o som distante. Frio. Estranho. O vale estremece. O frio cala-se. Está tudo calado, imóvel. O tempo pára para ouvir o som do nevoeiro.

2 comentários:

Antônio Moura disse...

Intenso e ao mesmo tempo delicado. O som do nevoeiro é nota dez. Parabéns.

Anónimo disse...

ta lindo amei. em tempos também eu tive o dom de escrever bem, de escrever como tu, de escrever assim. mas com o tempo os neurónios juntaram-se fiquei com menos e a minha mente perdei grandes qualidades, agora já não sou capaz, às vezes pergunto-me porquê mas acho que nunca vou encontara tal resposta



Patititi