O Mundo-Tempo


Não me ocupava ainda de ser, e já a vida decidira da minha posse. E o tempo não se disperdiçou nas pequenas fracções de mim, sob os meus passos se deteve dúvida alguma. O Mundo, depois destes dias, abrira o seu peito e os homens estreitaram-se e segredaram-se na cabeceira deste tempo e à poesia pediram que lhe fosse grata que me mantivesse pura, mas a palavra não se deteve nem se calculou na matemática da conveneência. É já tempo de um outro tempo. E a poesia convoca os seus soldados e nos bunkers da imaginação se abriram as portas da verdade. Assim mesmo quando a solidão me condecorou com a medalha da ausência as palavras que traduzira no idioma da vida. Porque é só quando sentimos o peso do tempo, que por vezes, sentimos o peso mais pesado. O verdadeiro valor do que nos é mais precioso.

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