A Unidade


Papel escrito, ditado (des)composto, casa arrumada, profecia anulada
Mares, navegadores, ideias, pensamentos
Viajo nesta eloquência ignóbil, estranha, de um grandíloquo verso… respiro e queimo a cinza guardada pelos deuses, olho e reflicto, há quanto tempo estou aqui; a olhar a chama ardente, a vela reluzente que arde só, apagada inutilmente…
há quantos séculos olho a prova viva que Deus me lançou: “coincidências não acharás e o teu próximo desdenharás”.
Penso… coincidência até que ponto?
Desdém pelo meu próximo até que ponto?
Encontro vazio, encontro o não encontro, encontro a ignorância desta raça humana, encontro o ponto vicioso equilibrado fechada anexado profetizado e ignorado pelo o Homem, o ponto no meio de nós que comanda a vida o ponto azul, o ponto de criança, o ponto do sonho.
E num só ponto encontrei-te a Ti, à não coincidência e ao próximo desdenhado, encontrei então a unidade, uma unidade de que nunca acordei, uma unidade em quem sempre acreditei; uma unidade nunca antes compreendida, uma unidade compreendida como imagem, mas que para mim tão abstracta impossível de enraizar na mente, uma unidade única dividida em dois, dividida em um mais dois, dividida em tu mais eu dividida sempre pela coincidência, sempre pelo desdém e sempre pelo sonho…uma unidade dividida na própria unidade, uma unidade que não me deixa acabar, uma unidade que olho e não paro, vejo e não sonho..uma unidade de extremo de vangloria, epopeia, omnisciência de imperfeição perfeitamente executada, presença, amor, …
Uma unidade que és tu, uma unidade que nunca vais encontrar escondida nos meus olhos, porque te tornas-te na forma mais improtelável, improjectável na alma menos provável no coração mais amável e isso tudo junto nem nos olhos se vê…abre o meu coração e verás, sentirás algo tão profundo que te irá queimar por dentro, irá paralisar essa tua mente que paralisa a minha. Mas o coração não…deixa te levar…e vais ver o que é amar


1 comentários:

Francisco disse...

queria dizer que este belo poema não é meu é da poeta mariana lourenço