Norte


Vou em busca...à busca do quê? De nada. De tudo. Um complemento solene que me guie no ofusco mais brilhante. Abro os braços para o teu norte, para a viagem infinita ao esplendor invisivel. Abro os braços no mar e sinto um ligeiro calor, que vem de onde? De onde vêm as recordações que um dia sonhei, o toque perfeito, a sintonia encontrada. Sonho agora para o teu leito desaguando na melancolia de a vila perder a cor. Moldaste a rocha, atiras-te o símbolo, beijaste o destino. Os ponteiros passam e rasgam a madeira velha do relógio, prolongando a calmaria dos carneiros do mar. Vasto alegro, onde me sento retomando meu corpo exausto e perdido no floral longíquo que agora é uniforme na minha mente. Uma mensagem que Deus deixa é omnisciente ao ponto de o ser co-existir com o haver simbólico que me marca. Venero o jogo do frio, tento-te ensinar esta perfeição melódica que me aquece e que vais começando a entender simples e suavemente. Na orla amarela, tintilam os relógios dos teus olhos que no som de uma mensagem, uma travessia marítima, tento guiar-te pela luz, gelando os teus ossos. Entendo este padrão veranil que me recorda e enche de riqueza sentida. Sente esta melodia. Cantá-la, senti-la, respirá-la, contigo esta melodia transforma-se em ambiguidade semelhante. Estou à tua espera no farol, basta olhares para a estrela que escolheste, e aí olhares e escutares o silêncio, o tumulto costeiro, o lamento que vem da brisa, o guincho marítimo, escuta o vento marinho, pára. Olha para o céu e escolhe o Norte.

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