Um dia...


Magoa-me a saudade do sobressalto dos corpos, ferindo-se de ternura. Doi-me a distância lembrança do teu vestido caindo aos nossos pés. Magoa-me a saudade do tempo em que te habitava como o sol ocupa o mar como a luz reconlhendo-se nas pupilas desatentas. Seja eu de novo tua sombra, teu desejo, tua noite sem remédio, tua virtude, tua carência. Eu que longe de ti sou fraco, eu que já fui água, sou agora gota trémula. Traz de novo a transparência de água. Dá ocupação à minha ternura vadia, mergulha os teus dedos no feitiço do meu peito e espanta a maneira a que sempre renunciaste e volta a ser aquilo que foste um dia.

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