Maresia Tua


Num começo de tarde um vaivem incessante de aves marítimas, forma-se ímpetuosas esperanças renascidas num promontório. Ao longe ouve-se um cântico marítimo e a ondulação pára para ouvir a ressonância do amor. Uma luz sombria e cintilante ergue-se e cresce invandindo o corpo apaixonado. No sussurar dos abetos adivinho a tua navegação solene e o cheiro exótico da paixão. Na falésia o vento rasa-me a cara lavando as falsas ideias e o frio matinal gela-me os ossos querendo mais desta suave dor veranil. Sobre o equilibrio e desiquilibrio das águas atravesso tempestades e na vaga e contra-vaga eu equilibro-me nunca desistindo. Uma veemência alegra-me no aflorar dos ecos e rumores do perpussar dos vumultos e dos reflexos do rio. Deslizo ao teu lado pairando no ar num infinito silêncio, pura transparência e uma felicidade sem nome foi muito que ultrapassámos para acordar numa manhã festiva. Numa noite de luar e calmaria com os nossos olhos postos no grande olhar masgnético da lua que corta a escuridão verás a perfeição unida. Estamos sentados num pequeno muro em frente a um cais onde marés se cruzam, as vozem deslizam no ar leve da noite enquanto respiramos um rosa negra. Quando estou sozinho oiço o cerimonial das vozes e o rumor da água e passo para além do próprio cismar em ti, o meu amor sobe à flor do mar.

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