Alcaide


Mal chego à aldeia sinto que a nostalgia salta-me do peito e a saudade rasga o meu corpo. O granito e o basalto escurecem a pequena aldeia, e o ar frio e pesado arrefece a mente do poeta, dando-lhe inspiração. Da janela o esplendor belo e simples, como a aldeia rodeada pelos montes, vales e serras. O imponente sino da igreja conta os costumes da população que roga a Deus com a máxima devoção. Mas esta aldeia algo de invulgar flutua no ar ofegante que congela os ossos. Não sei o que é, nem a própria população, mas altera a mente das pessoas e os sentidos tornando-os mágicos ao cair do sol e ao rajar do vento. A rustica calçada indica os caminhos da simplicidade e a velha praça silenciosa fala com os candeeiros gastos e enferrujados, trocando pensamentos. De manhã ao cantar do galo ou ao som do sino começa um novo dia, repetindo a calma, vezes sem conta.

0 comentários: