Até sempre


É tão fácil amar lugares que nos preenchem. Recordar ruas e praças por onde passámos. Quartos na penumbra de estores corridos sobre a sonolência das tardes de verão. A cor da madeira das mesas, onde passávamos dias inteiros a recordar o que nos trouxe lá. É tão fácil lembrar nomes, e rostos e destinos e colocá-los em nossos ombros e festejar com eles, as luminosas horas em que a vida te rodeava o corpo como um amante possessivo. E nós repetíamos o nome das cidades, o nome das pessoas. É tão difícil assim dizer adeus ao que faz parte de nós, a quem irá para sempre fazer parte da nossa vida. Mas permanece a vida, e o mais importante é relembrá-la. Porque irá sempre viver.

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